Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.
Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem o escrúpulo, muita vez altamente colocados na esfera financeira.
Muitos perguntam: "Onde está o Senhor que lhes não viu os processos escusos?"
A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância
que sensatez. Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso?
Ainda que experi mentasse na Terra inalterável saúde de cem anos, seria
compelido a abandonar o patrimônio para recomeçar o aprendizado.
A eternidade confere reduzida importância aos bens
exteriores. Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórías,
fora de sua alma, plena mente esquecidos da esfera interior, são dignos
de piedade. Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da irresponsabilidade.
Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza
espiritual. Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados com o
Pai, em qualquer parte a que sejam conduzidos. Na dificuldade e na
tormenta guardam a alegria da herança divina que se lhes entesoura no
coração.
Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a
ambição, a avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do
ignorante, é natural recebermos perguntas loucas. Entretanto, o apóstolo
da gentilidade exclama com razão: "Mas de vós, ó amados, esperamos
coisas melhores."
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