terça-feira, 29 de janeiro de 2013

4ª AULA - ESTRUTURA DA PSIQUE III

4ª AULA  -  ESTRUTURA DA PSIQUE III


O desenvolvimento da personalidade é o grande desafio. Deparamo-nos com obstáculos, pulsos, impulsos, complexos, conflitos... que nos impedem de avançar.
O que nos prende ainda nas zonas das sombras?

JOANNA DE ÂNGELIS em ENCONTRO COM A PAZ E A SAÚDE cap.9 nos diz: “O desenvolvimento das potencialidades internas do ser faz-se muito lentamente, enquanto as vivências orgânicas da sobrevivência, da manutenção do corpo, do repouso e da reprodução prevalecem assinalando com vigor a vilegiatura humana, nas repetidas reencarnações.”

·        Historicamente somos apenas saídos da barbárie. Mil anos para a história da humanidade é muito pouco. Há dez mil anos atrás éramos os homens das cavernas. Vemos que muito temos que avançar. Ainda não dominamos nossas emoções, desejos, paixões, pouco podemos.
·        Quais as tendências e instintos que nos prendem nos círculos estreitos do ego?

FREUD acreditava que temos pulsões de vida e de morte. Momentos harmoniosos e momentos que destruímos nossa própria natureza.
ID para FREUD: “O ID constitui o polo pulsional da personalidade. Seus conteúdos, expressões psíquicas das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos, e por outro, recalcados e adquiridos.” (Vocabulário da Psicanálise).

JUNG não usava essa terminologia do ID, mas admitia que isso fizesse parte do inconsciente quando estudou a sombra. Na sombra estão as manifestações que se tornaram inconscientes e que trazem todas essas pulsões. Hoje nos espantamos com os desregramentos que formam a sociedade como a criminalidade, a violência... por desconhecermos os impulsos e pulsos que nos habitam. Tentamos a transformação e domar o ego, mas não existe  ainda em nos um ego estruturado. Então fica difícil lidar com essa bagagem desconhecida. Daí a importância do autoconhecimento. É a ferramenta que nos permite lidar com essas forças que vêm à tona na nossa personalidade, as quais desconhecemos e quando se manifestam e nos transformam a ponto de nos desconhecermos, levando-nos a ações de seres primitivos. Esses conteúdos não estão sob o domínio que temos da psique e das Leis Morais que temos que abraçar para fazer as devida transformações.

JOANNA DE ÂNGELIS: “ID – O remanescente dos instintos, dos impulsos e desejos e do prazer, que procedeu do ID exteriorizando-se na forma do Ego, permite o controle e a constatação consciente da realidade como herança dos registros mais profundos da psique.”(O DESPERTAR DO ESPÍRITO cap. 6).

O ego tenta dominar, se mostrar diferente. Ex. Estamos com raiva e não admitimos estar com raiva. O problema é canalizar essa raiva. De forma sombria- ela se torna destrutiva. De forma positiva leva-nos a transformações.
Precisamos conhecer nossos pulsões e instintos. S os negamos, não conseguiremos fazer nossa transformação.

FREUD: SUPEREGO “O seu papel é semelhante a de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideias, funções do Superego. O Superego, a parte que contra-age ao ID, representa os pensamentos morais e éticos.”
(VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE).

Quando somos educados na família, na sociedade, esses impulsos vão sendo contidos pela estrutura coletiva e pelo senso diretivo que o ego vai formando. Ex. Educação da criança: isto é bom = positivo (o que pode fazer) ou: isto não é bom = negativo (o que não pode).  Ajuda a formar um senso.
O ego é quem intermedeia esse processo de lidar com suas pulsões e ao mesmo tempo de verificar o que o censor diria de tudo isso. Não pode ser uma censura castradora. Não devemos esconder nossas atitudes, mas educá-las, treiná-las, exercitá-las verificando onde nossos pulsos precisam ser transformados e educados.

JOANNA DE ÂNGELIS: ”O ego, predominando em a natureza humana, utiliza-se de muitos mecanismos para ocultar os seus conflitos expressando-se como diversos tipos de fuga da realidade... Trata-se de uma exacerbação do Superego, para manter sua identidade e permanecer soberano, impedindo as manifestações superiores do Self.” (O DESPERTAR DO ESPÍRITO cap. 6)

Quando o ego não lida bem com as pulsões e com a atividade sensorial do superego, ele cria mecanismo conflitivos ou mecanismos de defesa.
Mecanismos conflitivos são as forças que não foram trabalhadas e que tentamos esconder em nossa natureza. Tentamos negar. Ex.: Enxergar no outro os defeitos que possuímos. Tem algo no outro que existe em mim e que não consigo lidar com isso. Precisamos verificar em nós a raiz desse incômodo. É preciso educar esse conteúdo que existe em nós.

PERSONALIDADE
JUNG: “É o conjunto de características psíquicas e modos de ser que formam um conjunto de particularidades de caráter e de atitudes. A personalidade se desenvolve no decorrer da vida, a partir de germes; somente pela nossa ação é que se torna manifesto quem somos de verdade.”

Tudo isso é um processo em desenvolvimento. Precisamos transformar características que são inadequadas na nossa forma de ser, de tratar o outro, de encarar a vida. Somente pela nossa REFLEXÃO E AÇÃO podemos transformar e mudar nossa personalidade e para não ficarmos presos aos traumas de personalidade, como se vários “eus” habitassem em nós.
Passaríamos a ser, como diz Joanna de Ângelis, “pessoas espelho”; não me conheço e passo a refletir a conveniência dos outros. Mudo de acordo com o ambiente que estou, de acordo com a opinião dos outros.

J. DE ÂNGELIS: “A personalidade é transitória e assinala etapas reencarnacionistas, definidoras de experiências nos sexos, na cultura, na inteligência, na arte e no relacionamento interpessoal. Cada pessoa reencarna com as características herdadas das experiências anteriores e submete-se aos condicionamentos de cada fase, por ela transitando com os seus sinais tipificadores.” (O SER CONSCIENTE, cap. 2)
Personalidade é o conjunto das características dos arquivos no nosso subconsciente.

ÂNIMA E ÂNIMUS
JUNG: “O arquétipo da Ânima constitui o lado feminino da psique masculina. O arquétipo Ânimus compõe o lado masculino da psique feminina. São as qualidades do sexo oposto não só no sentido biológico (hormonal), mas também no sentido psicológico das atitudes e sentimentos.”
·        Feminino: associado aos sentimentos de espiritualidade, maternidade, etc.
·        Masculino: associado aos sentimentos de encontrar soluções, mando, mais enérgico, pensamento lógico, etc.

Ambos, masculino e feminino, possuem características das duas polaridades para poder desenvolver sua personalidade integralmente.

J. DE ÂNGELIS: ÂNIMA E ÂNIMUS – “ Porque assexuado, o Espírito mergulha no corpo físico, ora exercendo uma polaridade e em outra ocasião outras diferentes expressões anatômicas, que caracteriza como masculino ou feminino... O comportamento vivenciado em cada anatomia e função sexual irá responder pelo arquétipo Ânima/Ânimus, ambos tornando-se parceiros invisíveis.” (TRIUNFO PESSOAL cap. 1)
Trazemos no arcabouço de nossas experiências também essas expressões de homens e mulheres desenvolvendo sentimentos de bravura, coragem para que no fim de nosso ciclo de individuação essas forças estejam equilibradas.

PERSONA
JUNG: “A persona é um complicado sistema de relação entre a consciência individual e a sociedade. É uma espécie de máscara destinada, por um lado a ocultar a verdadeira natureza do indivíduo.”
 (O EU E O INCONSCIENTE pt 304)
Persona vem do grego e significa máscara. Precisamos da persona. Ela se torna negativa quando pensamos que somos a persona. Ex.: Médico precisa da persona ou máscara ou postura de médico no seu consultório. Serve para estabelecer elo entre o eu e a sociedade. Funciona como censor.

J. DE ÂNGELIS: “Sob a máscara da personalidade, encontram-se expressões insuspeitáveis da realidade, que somente a largo tempo e com o auxílio das lentes da percepção profunda consegue identificar.”
 (AUTODESCOBRIMENTO cap. 5)
Qual é a persona que você usa mais constantemente? Como você se define?

INDIVIDUAÇÃO: JUNG: “O objetivo do processo de individuação é fazer o indivíduo tornar-se a pessoa que realmente é. É um processo de diferenciação, no qual  se deve desligar dos complexos e dos padrões coletivos, das expectativas de papéis daquilo que os outros esperam dele para tornar-se único.”
Somos regidos pelo Self que quer fazer o processo de transformação. Mas, ao
longo de nossa jornada, vamos construindo, ao redor de nossa personalidade, censores, personas rígidas. Vamos transformando nossa sombra densa em mecanismos de defesa, complexos, tendo impulsos que fazem parte do ID criando como se fosse uma névoa que não permite ao ego perceber o eu que ele verdadeiramente é.
A individuação não é regida pelo ego, mas se realiza (concretiza) através do ego.

J. DE ÂNGELIS: INDIVIDUAÇÃO: “É o momento da conquista da consciência, do discernimento claro, da conscientização de si-mesmo. Esse processo pode dar-se naturalmente ou através de cuidadosa psicoterapia. Graças a essa conquista, é possível separar a personalidade individual do coletivo, ao tempo em que se adquire consciência de responsabilidade social e humana pelo coletivo.” (TRIUNFO PESSOAL cap. 1)

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