domingo, 17 de março de 2013

11ª AULA – RUMO AO INCONSCIENTE



SOBRE O INCONSCIENTE PESSOAL E COLETIVO

Conhecemos muito pouco de nós mesmos para dizer quem somos.
Quem descobriu o inconsciente foram os filósofos da antiguidade, embora só quando o Pai da Psicanálise começou a fazer seus estudos descobriu que o inconsciente influi sobre nossa vida consciente.

JOANNA DE ÂNGELIS EM O TRIUNFO PESSOAL, CAP.1
“As impressões armazenadas em camadas abaixo da consciência constituem a área que Freud denominou como inconsciente, enquanto que Jung passou a nomeá-la como inconsciente individual com a finalidade de diferenciá-lo do que denominaria coletivo.”

Freud, no início, achou que estariam apenas as lembranças daquilo que reprimimos e desejaríamos esquecer. A Psicanálise tinha por função produzir a catarse. O paciente falava e dava livre vazão a suas ideias como forma de equilibrar o consciente com o inconsciente, trabalhando alguns distúrbios neuróticos.
Quando Jung começa a estudar o inconsciente, percebeu que aí havia algo mais e grandioso e que ele trazia toda a trajetória da humanidade presente no mundo inconsciente; por isso dividiu em inconsciente pessoal e coletivo.

JUNG
“O inconsciente descreve em estado de coisas extremamente fluido: tudo o que eu sei, mas que no momento não estou pensando; tudo aquilo de que antes eu tinha consciência, mas que agora me esqueci; tudo o que é percebido pelos meus sentidos, mas que não foi notado pela minha mente consciente; tudo aquilo que involuntariamente e sem prestar atenção, sinto, quero e faço; todas as coisas futuras que estão tomando forma em mim e que em algum momento chegarão à consciência: tudo isto é o conteúdo do inconsciente.”

A mente trabalha de forma associativa. Ex.: escutar uma música e ser remetido ao passado pinçando lembranças do inconsciente.
Mesmo sem não nos darmos conta nosso inconsciente grava tudo o que acontece ao nosso redor. O desafio da nossa personalidade é harmonizar as forças do inconsciente com a nossa consciência. E isso pode se dar através dos sonhos, das fantasias e imaginações. Essa é a forma de comunicação entre o inconsciente e a consciência. Esse conteúdo se manifesta de forma simbólica. Temos sonhos sem pé e sem cabeça. Não entendemos. Precisamos questionar e refletir. O trabalho principal é harmonizar o eixo ego/Self e buscar o equilíbrio. O Self é a totalidade e contém o inconsciente e o consciente. O ego contém apenas a consciência.

JUNG EM O HOMEM E SEUS SÍMBOLOS, PG. 41

“Esquecer”, nesse sentido, é normal e necessário para dar lugar a novas ideias e impressões na nossa consciência. Se tal não acontecesse, toda a nossa experiência permaneceria acima do limiar da consciência e nossas  mentes ficariam insuportavelmente atravancadas.”
O ego, que é a consciência, seleciona os conteúdos. É como o esquecimento das vidas passadas para que possamos ter equilíbrio e dar lugar ao novo. Quantas experiências vivemos e são arquivadas no inconsciente no decorrer da vida. Renascemos para reelaborar as que não foram bem elaboradas em nossa vida. É por isso que a terapia busca a vivência infantil para reelaborar aquilo que não foi bem trabalhado. Quem fomos no passado? É analisar nossa vida atual: o que vivemos, como nos comportamos, o que nos acontece sem que possamos mudar e teremos a resposta.  Ex.: fumante no passado, bronquite no presente. Os efeitos na vida presente revelam nosso passado. Nesse sentido, o esquecimento do passado é uma bênção para que possamos evoluir equilibradamente.

JOANNA DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VERDADE, CAP. 1”

“A grande maioria dos atos e comportamentos humanos, na sua expressão mais volumosa, procede do inconsciente, sem interferência da consciência lúcida.”
No inconsciente temos grande carga de energias afetiva e emocional. São lembranças que possuem energia ou carga emocional com a qual nem sempre sabemos lidar quando não possuímos um ego bem estruturado. Precisamos harmonizar com a consciência lúcida a força que provém do inconsciente, para evitar que emoções vindas do inconsciente não desequilibrem nosso comportamento fazendo-nos escravos dos próprios conflitos.

JOANNA DE ÂNGELIS “VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES, CAP. 7”

“Toda a vez que a mente consciente dá-se conta de que o inconsciente se encontra envolvendo-a, é tomada por certas expressões de deslumbramento ou choque, já que é a totalidade, o oceano incluindo o iceberg, que vem à tona.”
O consciente mais o inconsciente seria igual ao iceberg. A parte à tona é o consciente. A parte submersa é o inconsciente. Ambos formam a totalidade.
De que forma nos relacionamos com as forças que provêm do inconsciente? Como promovemos o mergulho no inconsciente para não nos tornarmos reféns dessas forças que nos fazem tomar atitudes que não desejamos ou esquecer experiências que reprimimos pela dor que nos trazem? Não podemos esquecer a importância da estruturação do ego para não negar o que vem do inconsciente, mas entender e aceitar para depois nos libertar estabelecendo uma ponte saudável com o inconsciente.
Ex.: Sonho que muda nosso humor o dia todo de forma positiva ou negativa.
A educação muda nossa relação com o consciente e com o inconsciente.

JUNG “A FUNÇÃO DO INCONSCIENTE”
“O inconsciente tem uma função compensatória que busca “regular” a psique como um todo, através dos símbolos que aparecem nos sonhos e que não são conscientemente reconhecidos, ou os significados das situações cotidianas que foram por nós ignoradas, ou conclusões a que não chegamos, ou afetos que não foram por nós admitidos, ou críticas que deixamos de fazer a nós mesmos.”
As energias não trabalhadas não nos liberam para nossa individuação. Tudo o que é rejeitado está no inconsciente e precisam ser trabalhadas, para não nos tornarmos pessoas neuróticas deixando de sermos felizes. Precisamos trabalhar a autoestima.

JUNG “A MENTE MOVE A MATÉRIA, P.102”
“Além do inconsciente pessoal, encontram-se também no inconsciente propriedades que não foram adquiridas individualmente: foram herdadas, assim como os instintos e os impulsos que levam à execução de ações comandadas por necessidade mas não por motivação consciente,”
Nesse ponto Jung diverge de Freud. Para este o inconsciente continha apenas os conteúdos reprimidos ou negados pelo consciente. Jung diz que há algo além. É como se manifestasse na psique de cada ser, como se herdasse todas as eras da história da humanidade. O homem ou a mulher primitiva de tempos remotos se manifestam através de os mitos. É o inconsciente coletivo. O ser traz toda a história ou trajetória da sua evolução. 

JOANNA DE ÂNGELIS “VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES, CAP.7”

“Indispensável, porém, ter-se em mente a presença do espírito, que transcende os efeitos e passa a exercer a sua função na condição de inconsciente, depósito real de todas as experiências no larguíssimo trajeto antropossociopsicológico, de que se faz herdeiro nos sucessivos empreendimentos das reencarnações.”

Trazemos em nós a carga de homens e mulheres primitivos. Somos capazes de barbaridades ainda. Somos herdeiros de nós mesmos. O espírito dorme na pedra... desperta no homem e caminha para a angelitude. Trazemos em nós também a riqueza de todas as experiências vividas bem como possibilidades de transformação dos conteúdos que precisam ser reelaborados. Importante é não negar o erro, mas transformá-lo.

JOANNA DE ÂNGELIS “VIDA: DESAFIOS E SOLLUÇÕES, CAP. 7”
Enquanto o indivíduo não descobre a realidade do seu inconsciente pode permanecer na condição de vítima de transtornos neuróticos, que decorrem da fragmentação do vazio existencial, da falta de sentido psicológico, por identificar apenas uma pequena parte daquilo que denomina como realidade.”
Precisamos mergulhar e conhecer melhor o inconsciente para não sermos vítimas dos transtornos neuróticos. Precisamos nos conectar com o Self. Trazer à tona nossas qualidades, etc. Precisamos refletir: qual é minha neurose para poder trazê-la do inconsciente para trabalhá-la.
Ex.: doce se associa a afeição. Quando sinto falta do afeto assalto a geladeira comendo os doces ali contidos, como compensação. É compulsão.

JUNG “O HOMEM E SEUS SÍMBOLOS, PG.41”
Além de memórias de um passado consciente longínquo, também pensamentos inteiramente novos e ideias criadoras podem surgir do inconsciente – ideias e pensamentos que nunca foram conscientes. “Como um lótus nasce das escuras profundezas da mente para formar uma importante parte da nossa psique subliminar.”   
Existe muita riqueza no inconsciente, não só energias desequilibradas.
Somos uma individualidade. Não podemos nos bloquear, nos tornarmos robôs condicionados às influências externas. Precisamos nos conhecer para sermos livres e felizes.       

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