terça-feira, 19 de março de 2013

13ª AULA – OS ARQUÉTIPOS - RUMO AO INCONSCIENTE



 De onde surge a natureza humana, seus impulsos, ideias e formas?
Antes de Cristo,  Platão dizia que era do mundo das ideias. O Pensamento Divino parece dar forma a seres e coisas. O molde de dava através do pensamento.

JOSTEIN GAARDER EM “O MUNDO DE SOFIA”
“Platão acreditava numa realidade autônoma por trás do mundo dos sentidos. A esta realidade ele deu o nome de mundo das ideias. Nele estão “imagens padrão”, as imagens primordiais, eternas e imutáveis, que encontramos na natureza.”
Será que cada um dos nossos comportamentos tem um padrão específico?
Jung observou que há trajetórias da vida humana que são comuns a todos os seres humanos. Verificou que esses mesmos temas se encontravam nos mitos, lendas, contos e fábulas da antiguidade, retratando determinados comportamentos humanos. A esses padrões chamou de arquétipos.

JOANNA DE ÂNGELIS: VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕAES, CAP, 7
“A palavra arquétipo se origina do grego arkhe, que significa o primeiro,
E typon, que significa marco, cunho, modelo, sendo, por isso mesmo, os marcos ou modelos primordiais, iniciais, que constituem o arcabouço psicológico do indivíduo, facultando a identificação da criatura humana.”
Os materialistas dizem que se nascia como folha em branco, sem marcos. Mas Jung percebeu que ao nascer se traz os conteúdos do inconsciente coletivo. Raízes do passado coletivo, gravadas como arquétipos no nosso inconsciente, advindos da criação Divina. O Self é a totalidade do ser, mas   
também impulso para a plenitude.

JUNG “ENTREVISTAS COM JUNG, PG 73”
“Os arquétipos são padrões herdados de comportamento. Assim como a nossa função biológico-fisiológica obedece a um padrão (instinto), o arquétipo é uma ordem biológica do nosso funcionamento mental.”
O instinto está ligado ao corpo orgânico. O arquétipo é psíquico, é energia impulsionadora ligada ao comportamento psicológico.
O instinto é uma fatalidade nos primeiros níveis de vida.
Arquétipos são tendências. Prontidão para funcionar em determinados temas da vida.
O arquétipo materno. Ex.: impulso de adotar criança achada no lixo.
O arquétipo entra em ação. É o impulso psíquico que se encontra em nós. O impulso é a força do arquétipo. O arquétipo não traz vivências específicas para cada pessoa. Ele traz tendências. As vivências vão se tornando experiências que ficam no campo do inconsciente pessoal. Ficam no campo dos complexos que são ligados aos arquétipos. Então surgem os conflitos. Ex.: Arquétipo materno conflita com o desejo de ser mãe e a maternidade não é possível. Não podemos vivenciar apenas um tipo de energia, mas a totalidade, todas as partes. Todas as forças arquetípicas contidas no ser de forma equilibrada.

JOANNA DE ÂNGELIS “VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES, CAP. 7”
“O processo de reencarnação explica a presença dos arquétipos no ser humano, porque ele é herdeiro das suas próprias realizações através dos tempos, adquirindo, em cada etapa, valores e conhecimentos que permanecem armazenados nos refolhos do ser eterno que é.”
Precisamos questionar: Como vivencio as forças arquetípicas iniciais?
Vivo conflitos ou serenidade? Precisamos perceber se há obstáculos que impedem o equilíbrio em determinados temas da vida. As questões arquetípicas são trabalhadas em contos infantis.
Ex.: Branca de neve: tem a bruxa, o príncipe encantado. Precisamos elaborar nossos conteúdos, despertar para lidar e elaborar, não esperando tudo pronto. A distração na consciência é que transforma as coisas em más. É a força da consciência que não está estruturada para lidar com essas tendências de forma equilibrada.

JOANNA DE ÂNGELIS “TRIUNFO PESSOAL, CAP. 5”
“Foi sendo escrita no Self através da longa jornada molecular guiada pelo Psiquismo Superior, nele existente em forma de princípio espiritual, toda a trajetória a percorrer com infinitas possibilidades de crescimento e transcendência.”
É a centelha divina em nós que nos impulsiona à autodescoberta. Vai sendo insculpido no Self como se nesse ser bruto que somos existisse uma força que traz o próprio Divino a ser desenvolvido. Temos uma imagem de Deus em nós. Temos um deus interno que nos impulsiona à evolução.
Esses arquétipos surgem nos sonhos ou nas energias do indivíduo.

JOANNA DE ÂNGELIS “VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES, CAP. 7”
“Se um indivíduo tem um sonho com o demônio, não significa necessariamente que estivesse em contato com ele, mas com o arquétipo símbolo do mal, que existe no inconsciente de todos os povos desde a sua origem e permanece através dos milênios.”
Trata-se da força arquetípica do mal que existe na consciência. Precisamos então questionar: que mal existe em mim? Que tipo de energia destrutiva existe em mim e que preciso transformar? É assim que se faz a ponte com nosso inconsciente profundo trabalhando nossas tendências que estão em parte no inconsciente profundo.

JOANNA DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VERDADE, CAP. 2”
“Na condição de Psicoterapeuta Excepcional, Jesus utilizou-se dos símbolos, nobres arquétipos da época, a fim de imortalizar as suas propostas de saúde e de bem-estar.”
Jesus conhecia a fundo a alma humana, os seus arquétipos, sabia desvelar o comportamento humano. Falava do descobrimento dos tesouros internos e que se deveria buscar o Reino do Céu em primeiro lugar.
Falava de forma simbólica nas parábolas e comparava-as à forma simbólica do inconsciente. A linguagem dos sonhos.

JOANNA DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VERDADE, CAP. 2”
“Na Parábola do Filho Pródigo, “os arquétipos do bem e do mal, da sombra densa e suave, do ego e do Self conflitam-se, enfrentando-se.”
 Na Parábola do Filho Pródigo,  não falava Jesus só da ingratidão dos filhos que abandonam seus pais. Falava também de uma jornada necessária para a conquista da nossa essência, através do enfrentamento dos desafios da vida.

JOANNA DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VEARDADE, CAP. 2”
“A viagem para longe é uma busca arquetípica de heroísmo, de conquista do desconhecido, de infinito...”
JUNG: O homem deve conectar-se a uma questão infinita. Com o infinito de si mesmo.
O que me prende ainda?  É preciso sair do coletivo para a individuação de si mesmo. O retorno do filho pródigo representa a conquista da consciência.
Onde fica minha identidade?  Cada um tem suas experiências que devem ser trabalhadas e harmonizadas em si mesmo.

JOANNA DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VERDADE, CAP.2”
“As roupas limpas e novas, o novilho nutrido para a festa são formidáveis arquétipos que se encontram em todos os mitos, particularmente no panteão grego, quando os deuses comungavam com os homens e banqueteavam-se...”
O encontro entre os deuses e o homem. Em nosso inconsciente encontramos essas tendências na condição de arquétipos. Esses arquétipos desejam sintonizar-se com o campo da consciência.
Na parábola: *pai = Self  que promove o encontro entre
                      *o filho que ficou = sombra
                        *e o filho que partiu = consciência

Precisamos nos questionar:  De que forma lidamos com nossos impulsos? Com nossas forças arquetípicas?
  
    




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