De
onde surge a natureza humana, seus impulsos, ideias e formas?
Antes
de Cristo, Platão dizia que era do mundo
das ideias. O Pensamento Divino parece dar forma a seres e coisas. O molde de
dava através do pensamento.
JOSTEIN
GAARDER EM “O MUNDO DE SOFIA”
“Platão
acreditava numa realidade autônoma por trás do mundo dos sentidos. A esta
realidade ele deu o nome de mundo das ideias. Nele estão “imagens padrão”, as
imagens primordiais, eternas e imutáveis, que encontramos na natureza.”
Será
que cada um dos nossos comportamentos tem um padrão específico?
Jung
observou que há trajetórias da vida humana que são comuns a todos os seres
humanos. Verificou que esses mesmos temas se encontravam nos mitos, lendas,
contos e fábulas da antiguidade, retratando determinados comportamentos
humanos. A esses padrões chamou de arquétipos.
JOANNA
DE ÂNGELIS: VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕAES, CAP, 7
“A
palavra arquétipo se origina do grego arkhe, que significa o primeiro,
E
typon, que significa marco, cunho, modelo, sendo, por isso mesmo, os marcos ou
modelos primordiais, iniciais, que constituem o arcabouço psicológico do
indivíduo, facultando a identificação da criatura humana.”
Os
materialistas dizem que se nascia como folha em branco, sem marcos. Mas Jung
percebeu que ao nascer se traz os conteúdos do inconsciente coletivo. Raízes do
passado coletivo, gravadas como arquétipos no nosso inconsciente, advindos da
criação Divina. O Self é a totalidade do ser, mas
também
impulso para a plenitude.
JUNG
“ENTREVISTAS COM JUNG, PG 73”
“Os
arquétipos são padrões herdados de comportamento. Assim como a nossa função
biológico-fisiológica obedece a um padrão (instinto), o arquétipo é uma ordem
biológica do nosso funcionamento mental.”
O
instinto está ligado ao corpo orgânico. O arquétipo é psíquico, é energia
impulsionadora ligada ao comportamento psicológico.
O
instinto é uma fatalidade nos primeiros níveis de vida.
Arquétipos
são tendências. Prontidão para funcionar em determinados temas da vida.
O
arquétipo materno. Ex.: impulso de adotar criança achada no lixo.
O
arquétipo entra em ação. É o impulso psíquico que se encontra em nós. O impulso
é a força do arquétipo. O arquétipo não traz vivências específicas para cada
pessoa. Ele traz tendências. As vivências vão se tornando experiências que
ficam no campo do inconsciente pessoal. Ficam no campo dos complexos que são
ligados aos arquétipos. Então surgem os conflitos. Ex.: Arquétipo materno
conflita com o desejo de ser mãe e a maternidade não é possível. Não podemos
vivenciar apenas um tipo de energia, mas a totalidade, todas as partes. Todas
as forças arquetípicas contidas no ser de forma equilibrada.
JOANNA
DE ÂNGELIS “VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES, CAP. 7”
“O
processo de reencarnação explica a presença dos arquétipos no ser humano,
porque ele é herdeiro das suas próprias realizações através dos tempos,
adquirindo, em cada etapa, valores e conhecimentos que permanecem armazenados
nos refolhos do ser eterno que é.”
Precisamos
questionar: Como vivencio as forças arquetípicas iniciais?
Vivo
conflitos ou serenidade? Precisamos perceber se há obstáculos que impedem o
equilíbrio em determinados temas da vida. As questões arquetípicas são
trabalhadas em contos infantis.
Ex.:
Branca de neve: tem a bruxa, o príncipe encantado. Precisamos elaborar nossos
conteúdos, despertar para lidar e elaborar, não esperando tudo pronto. A
distração na consciência é que transforma as coisas em más. É a força da
consciência que não está estruturada para lidar com essas tendências de forma
equilibrada.
JOANNA
DE ÂNGELIS “TRIUNFO PESSOAL, CAP. 5”
“Foi
sendo escrita no Self através da longa jornada molecular guiada pelo Psiquismo
Superior, nele existente em forma de princípio espiritual, toda a trajetória a
percorrer com infinitas possibilidades de crescimento e transcendência.”
É
a centelha divina em nós que nos impulsiona à autodescoberta. Vai sendo
insculpido no Self como se nesse ser bruto que somos existisse uma força que traz
o próprio Divino a ser desenvolvido. Temos uma imagem de Deus em nós. Temos um
deus interno que nos impulsiona à evolução.
Esses
arquétipos surgem nos sonhos ou nas energias do indivíduo.
JOANNA
DE ÂNGELIS “VIDA: DESAFIOS E SOLUÇÕES, CAP. 7”
“Se
um indivíduo tem um sonho com o demônio, não significa necessariamente que
estivesse em contato com ele, mas com o arquétipo símbolo do mal, que existe no
inconsciente de todos os povos desde a sua origem e permanece através dos
milênios.”
Trata-se
da força arquetípica do mal que existe na consciência. Precisamos então
questionar: que mal existe em mim? Que tipo de energia destrutiva existe em mim
e que preciso transformar? É assim que se faz a ponte com nosso inconsciente
profundo trabalhando nossas tendências que estão em parte no inconsciente
profundo.
JOANNA
DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VERDADE, CAP. 2”
“Na
condição de Psicoterapeuta Excepcional, Jesus utilizou-se dos símbolos, nobres
arquétipos da época, a fim de imortalizar as suas propostas de saúde e de
bem-estar.”
Jesus
conhecia a fundo a alma humana, os seus arquétipos, sabia desvelar o
comportamento humano. Falava do descobrimento dos tesouros internos e que se
deveria buscar o Reino do Céu em primeiro lugar.
Falava
de forma simbólica nas parábolas e comparava-as à forma simbólica do
inconsciente. A linguagem dos sonhos.
JOANNA
DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VERDADE, CAP. 2”
“Na
Parábola do Filho Pródigo, “os arquétipos do bem e do mal, da sombra densa e
suave, do ego e do Self conflitam-se, enfrentando-se.”
Na Parábola do Filho Pródigo, não falava Jesus só da ingratidão dos filhos
que abandonam seus pais. Falava também de uma jornada necessária para a
conquista da nossa essência, através do enfrentamento dos desafios da vida.
JOANNA
DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VEARDADE, CAP. 2”
“A
viagem para longe é uma busca arquetípica de heroísmo, de conquista do
desconhecido, de infinito...”
JUNG:
O homem deve conectar-se a uma questão infinita. Com o infinito de si mesmo.
O
que me prende ainda? É preciso sair do
coletivo para a individuação de si mesmo. O retorno do filho pródigo representa
a conquista da consciência.
Onde
fica minha identidade? Cada um tem suas
experiências que devem ser trabalhadas e harmonizadas em si mesmo.
JOANNA
DE ÂNGELIS “EM BUSCA DA VERDADE, CAP.2”
“As
roupas limpas e novas, o novilho nutrido para a festa são formidáveis
arquétipos que se encontram em todos os mitos, particularmente no panteão
grego, quando os deuses comungavam com os homens e banqueteavam-se...”
O
encontro entre os deuses e o homem. Em nosso inconsciente encontramos essas
tendências na condição de arquétipos. Esses arquétipos desejam sintonizar-se
com o campo da consciência.
Na
parábola: *pai = Self que promove o
encontro entre
*o filho que ficou =
sombra
*e o filho que partiu =
consciência
Precisamos
nos questionar: De que forma lidamos com
nossos impulsos? Com nossas forças arquetípicas?
Muito bom!
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